Tipos de Contração: Concêntrica x Excêntrica

Na execução de movimentos, não é possível realizar, exclusivamente, contração concêntrica, devido à existência da co-contração: quando o músculo agonista contrai concentricamente, o antagonista alonga, ativando o reflexo miotático e gerando sua contração excêntrica reflexa. Quanto mais treinado for o indivíduo, menos co-contração ele terá, permitindo que seus gestos sejam mais rápidos, já que a co-contração, além de estabilizar a articulação, "freia" o movimento.

Comparação entre contração concêntrica e excêntrica




A partir da observação dos gráficos de VO2 e concentração de lactato, ao longo do aumento progressivo de carga, percebe-se que o trabalho excêntrico tem menor demanda metabólica, pois tem VO2 e concentração de lactato menores em relação ao trabalho concêntrico, nas mesmas cargas. Além disso, a carga máxima da contração excêntrica é maior do que a concêntrica. 

Esses fatores podem ser explicados pelo fato de que, na contração concêntrica, a força é gerada, predominantemente, pelo sarcômero, enquanto na excêntrica, a força continua sendo gerada, na sua maior parte, pelo sarcômero, mas há dissipação de energia para os componentes elásticos (tecido conjuntivo). Isso diminui a responsabilidade contrátil do sarcômero, exigindo menos consumo de oxigênio e produzindo menos lactato, tornando o trabalho mais econômico

O gráfico abaixo demonstra a concentração de creatina quinase plasmática ao longo de dias antecedentes e posteriores à realização do exercício físico, bem como no dia do teste: 


A creatina quinase é um marcador de dano muscular, pois sua presença no sangue significa o rompimento de células musculares, no caso da CK MM, presente no músculo esquelético. Além desse tipo da enzima, existem a CK MB – muscular cardíaca e, quando presente no sangue, significa infarto do miocárdio – e a CK BB – cerebral e, quando está no sangue, indica AVC. 

Percebe-se, a partir do gráfico, que os níveis de CK plasmática são maiores no trabalho excêntrico do que no concêntrico, indicando maior lesão muscular. Isso ocorre devido à dissipação de tensão para os componentes elásticos, provocando o rompimento das fibras elásticas e, consequentemente, de células musculares. 

A dor muscular tardia (DMT), que acontece de 24 a 72 horas após o exercício físico, é relacionada com edema, o extravasamento de líquido intracelular e com o processo inflamatório. Assim, não é a dor que ocorre durante ou imediatamente após a realização do exercício. 

Marcadores musculares 

Creatina quinase: é um marcador tardio, pois aparece na corrente sanguínea 24 horas após o exercício. 
Troponina, principalmente a troponina I: tem resposta rápida, aparecendo na circulação 2 horas depois do exercício. 
Mioglobina: aparece no sangue 6 horas após o exercício. 
Trans-metil-histidina.


2 comentários:

  1. Muito bom. Você poderia informar as fontes para um estudo mais aprofundado?

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    1. Olá João,
      As referências do conteúdo publicado no blog estão citadas no post de apresentação, o qual pode ser acessado pela barra lateral ou através do link abaixo:
      http://fisioterapiafisioex.blogspot.com.br/2013/03/apresentacao_21.html

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